Todo logo funciona como uma fotografia, simplificada, da sua empresa e a cada dia mais nossos olhos e cérebro ficam mais cansados com tanta informação sendo jogadas a todo instante. Um logo bom é um logo que seja lembrado e conectado ao que a empresa quer oferecer e onde ela quer chegar, por isso, existem algumas reflexões de ouro a serem feitas naquela hora de chamar um designer.
1. Saiba ponderar o quanto do seu gosto vai ser carregado para sua empresa
Equilibrar essa relação é primordial, pois se estamos vendendo exclusivamente bananas, vai ser difícil se comunicar se o seu público se o seu logo tiver um elefante como símbolo. Há muitas formas de carregar o que se gosta para o que se espera ver refletido no logo, como as cores, as linhas, as formas e fontes (ou também conhecidas como “letras”).
Escolha o que mais te agrada de maneira sutil, a ponto de não atrapalhar na mensagem a ser transmitida, conversando abertamente com o designer, para que ele e você possam chegar a um lugar-comum, onde você não seja “jogado para fora” da sua empresa e nem a sua empresa tente vender areia no deserto.
2. Pensando bem no seu público, você vai saber o que pedir!
Reflita muito sobre para quem você vai vender e tente se encaixar no entorno do qual o seu cliente está inserido. Um bom exercício é dizer ao designer todos os detalhes possíveis do que você vai oferecer, descrever a idade e sexo/gênero de quem você acredita que vai comprar da sua empresa e a região geográfica de onde o seu logo atuará.
Um exemplo de como isso muda? Você que lê em português está provavelmente em uma cultura ocidental, portanto, é muito provável que o vermelho signifique paixão, perigo, amor, excitação, porém se este mesmo artigo estivesse direcionado ao público oriental, um chinês por exemplo, o significado seria o da celebração e boa sorte. Vai vender produtos para mulheres? Pense no universo feminino e nas formas tradicionalmente atribuídas ao que é feminino.
Não tratamos aqui de preconceitos sociais, estigmas e outras discussões que merecem atenção, tratamos aqui sobre o que é a mensagem mais fácil e rápida possível de ser associada, o que está no nosso “subconsciente” e que deixa nossa seleção de interesse funcionar de maneira mais rápida, sem ser desrespeitoso. Uma dica? Formas arredondadas, cores claras e derivadas de vermelho, rosa, branco, creme são boas pedidas para trazer essa mensagem “escondida” no seu logo.
Agora se o seu público pode se ofender com isso, por ser um produto mais em ritmo das questões de gênero ou mesmo neutro, fuja dessa caracterização e faça questão de informar isso a quem vai fazer este serviço.
3. Menos é mais
Essa frase, muito comum ao nosso dia-a-dia se aplica perfeitamente ao que nós, designers, temos missão de fazer quando somos contratados. Já parou para pensar que quanto mais coisas em um espaço, mais cheio, ou ainda, menor, esse espaço parece? O mesmo acontece com o seu logo ou qualquer comunicação que você esteja pensando neste momento.
O principal você irá lembrar porém o que for a mais, certamente você vai esquecer e esquecimento certamente não é algo que sua empresa ou serviço mereçam ou estejam em seus planos. Mas e aquela empresa multinacional que produz desde desodorantes a caldo de galinha? Você conhece? Já parou para prestar atenção no seu logo? Estamos falando da Unilever! Para quem lembrou, mesmo com todos aqueles pequenos desenhos, separados, encaixados dentro do símbolo, a única coisa que você, caso tenha lembrado de já ter visto essa marca, vai saber descrever, de maneira rápida, é o U e o logotipo Unilever, em fonte manuscrita.
Talvez nem quem tenha desenhado este logo consiga se lembrar, de cor e salteado, de todos os pequenos desenhos. O que certamente todos lembram ou enxergam claramente, é o U. Todos os elementos acessórios servem mais como uma textura do que como coisas que devam ser claramente enxergadas, individualmente, no primeiro olhar.
Vamos fazer um exercício? Logo de fabricante dos tênis, chuteiras e roupas esportivas. Rede de restaurantes focados em hambúrgueres, que também vende sorvetes e a cada quatro anos faz uma série comemorativa de lanches para a copa. Os nomes você já sabe: Nike e Mc Donald’s e depois de ler o nome, provavelmente o “certinho” da nike e o M amarelo em fundo vermelho vieram à sua cabeça. Esses são dois ótimos exemplos de como menos é mais fácil de ficar fixado na memória dos seus clientes.
4. Modismo
Já parou pra pensar que de tempos em tempos surgem logos que se assemelham e/ou ficam praticamente iguais, só mudando o nome da empresa? Isso é o que chamamos de modismo. Não importa se cairmos naquela discussão de “o que veio antes”, o que importa é que alguém, por meio de uma marca forte, se sobressaiu e aparentemente implantou uma tendência, que será copiada.
Isso pode ser positivo caso você queira, conscientemente, usar dessa tática porém muito prejudicial caso você queira não somente seu lugar ao Sol mas ser o sol. Exemplos: Carrier (ar-condicionado), Ford (veículos) e Samsung (eletrônicos), onde esses todos, até pouco tempo atrás, quando a Samsung se descolou um pouco dessa tendência, eram muito similares, sendo todos de letras em branco e uma forma oval azul atrás.
Claro que nem sempre é errado se assemelhar, às vezes para se encaixar em um nicho de mercado muito conservador, é preciso absorver alguma parte do que é a referência deste público porém, mais uma vez, que seja consciente dos bônus e prejuízos de se adotar isso.
5. Elementos
Basicamente podemos dois elementos na construção de um logo: o símbolo ou ícone e a parte escrita, que é o logotipo. A junção dos dois é chamada de acordo com o gosto do freguês, porém particularmente, prefiro logo. Há quem chame de logomarca, mas a palavra marca implica em outro significado, um pouco maior do que só a parte gráfica, que podemos abordar em um próximo post.
Outro elemento acessório é o mascote, um recurso muito utilizado quando se quer dar vida à marca e que não tem nada a ver, num primeiro instante, com o logo. Inclusive tente pegar na memória se já viu um logo que foi transformado num mascote e depois disso usado para criar uma roupa ou manequim, só colocando olhinhos no logo, com o intuito de humanizar a marca. Muitas vezes o resultado é de gosto duvidoso e pode gerar estranheza ou até mesmo distância do objetivo. Agora veja um mascote famoso, da mesma marca que falamos acima, de hambúrgueres: Ronald McDonald.
Assustador ou carismático, ele é a personificação da marca, foi pensado para tal, carrega os elementos (cores) da marca original e leva o nome da rede como seu sobrenome. Aqui vale ressaltar a importância de separar o símbolo e o logotipo do mascote. O mascote precisa de uma característica humana para ter vida enquanto o logo pode ser algo mais subjetivo e sutil. Nem todos os projetos conseguem caminhar bem dos dois lados, muitas vezes por confundir que o mascote deva ser a marca e vice-versa.
É possível sim conciliar ambos em um logo mas essa é uma tarefa complexa, onde as expectativas devem ser colocadas em uma conversa franca com o designer, que tem a responsabilidade de deixar claro se ele tem ou não a capacidade de executar isso a contento ou mesmo avisar a você, dono da marca, que pode não ser a melhor técnica para que seu cliente lembre-se do que você oferece.
6. Clareza nos objetivos
Essa sexta, e última reflexão, é a principal: tente sempre atribuir corretamente os conceitos (ou sentimentos), na hora de explicar como é que seu logo deve ser. Conceitos opostos, como “moderno e tradicional” ou “alegre e sóbrio” deixam o profissional sem saber o que fazer, pois são palavras, literalmente, antônimas. Pense se você conseguiria dar credibilidade a alguma coisa que passa duas mensagens opostas, ao mesmo tempo.
O designer também tem responsabilidade em cobrar e ser cobrado para esta coerência. Quando você receber um rascunho ou primeiro conceito, seja claro se o designer está no caminho certo ou não, doe-se um pouco à imaginação daquilo que você está pedindo para que, com o auxílio da experiência e capacidade técnica do profissional em criar sobre as informações que foram transmitidas, o resultado estaja dentro daquilo que o seu produto ou serviço demanda.
Nada neste texto é uma regra imutável, em que seja impossível encontrar excessões de sucesso mundo a fora, porém são de grande valia na hora de otimizar a relação de custo-benefício, para que sua empresa e seus clientes saibam exatamente o que esperar com o simples ato de “olhar” para um logo e pensar se vale a pena experimentar o que é oferecido.
Vale sempre lembrar daquele velho ditado: “uma imagem vale mais do que mil palavras”, pois poder de um logo bem construído é inimaginável!
Post escrito por: Arthur S. - Eu vou criar ou modificar seu logo, com agilidade!